História
Criação de conto de literatura surda — O Segredo da Árvore Surda
Este conto homenageia figuras históricas como Antonieta de Barros, Dale Dahl, Helen Keller e Anne Sullivan, cujas trajetórias reais inspiram personagens adaptados. Além disso, inclui personagens criados especialmente para esta narrativa: Flora, Floravinda e Estelara. O objetivo é adaptar a história principal para o público infantil do século XXI, estimulando a imaginação e o aprendizado por meio de personagens com nomes e histórias baseadas em pessoas reais e simbólicas.
Libras
Antonieta de Barros
“A partir de 1963, o dia do professor passou a ser o 15/10 em todo o Brasil. Mas em Santa Catarina, a data já era celebrada desde 1948 por iniciativa de Antonieta de Barros, professora por formação e primeira mulher negra a ser eleita deputada no país.” (UNIPAMPA, 2014)
Antonieta de Barros, professora brasileira e pioneira na luta por direitos educacionais, é representada na história como a Professora de Arte Surda.
Dale Dahl
“Dale Dahl na manifestação de 1980, em oposição à posição da Associação Americana de Transporte Público à instalação de elevadores para cadeiras de rodas em ônibus públicos, São Francisco, 1980.” (STEIN, 2017), A imagem histórica mostra Dale Dahl, um homem em cadeira de rodas segurando uma placa com a frase “apoie o 504”. Esta imagem representa a luta pela acessibilidade. No conto, Dale Dahl é adaptado como um aluno surdo que usa cadeira de rodas.
Helen Keller e Anne Sullivan
“Com a chegada da professora Anne Sullivan à sua casa, quando Helen Keller tinha pouco menos de sete anos, seu mundo transformou-se: aprendeu a manifestar, através das palavras, até então desconhecidas, seus desejos e sentimentos, além de entender as regras do mundo ao seu redor. Ela aprendeu a criar através da arte. Uma imensa felicidade, que a tirou do mundo de escuridão em que vivia.” (ENSINO.DIGITALl, 2020).
Helen Keller, pessoa surdacega, é adaptada como uma aluna surdacega, e Anne Sullivan como aluna surda que se comunica com Libras tátil. No conto, elas são melhores amigas que se apoiam e aprendem juntas.
Criação de personagens originais
João Filho
É surdo, professor de Letras Libras na UFCA, formado pela UFSC, mestre e doutorando em Letras pela UFPB. Desde a infância, atua com desenho, animação e ilustração digital, explorando a união entre arte tradicional e tecnologias. Seu trabalho busca ampliar as possibilidades criativas e fortalecer a representatividade surda nas artes visuais. É criador das personagens Flora, Floravinda e Estelara, que aparecem neste e em outros contos. A seguir, a simbologia por trás de cada nome:
Flora
Representa a ideia de “ouvir com o coração”, conectando-se ao mundo por meio do olhar e da sensibilidade visual, assim como flores que se voltam suavemente para a luz do sol. Sua presença é marcada por uma beleza silenciosa e acolhedora, que revela que a comunicação pode acontecer de muitas formas — sem palavras, mas com expressão, gesto e sentimento. Flora inspira a escuta visual e a valorização das diferenças, despertando em quem a observa uma forma mais empática de se relacionar com o outro.
Floravinda
Seu nome une “flora” e “vinda”, evocando renascimento, transformação e cuidado com a vida em todas as suas formas. Ela representa a sabedoria ancestral que protege a natureza, os seres e os ciclos da existência. Com gestos calmos e olhar profundo, Floravinda simboliza a força silenciosa de quem acolhe, orienta e cuida, sendo uma figura que ensina a importância do respeito ao tempo do outro e da escuta que acontece com o corpo todo, e não apenas com os ouvidos.
Estelara
Combina “estrela” com um sufixo inventado que sugere magia, brilho e encantamento. É uma personagem mágica que desce dos céus para ajudar crianças a descobrirem o universo das línguas de sinais, despertando a confiança para se expressarem por meio das mãos e do corpo. Com sua luz suave e presença lúdica, Estelara guia os pequenos em jornadas de imaginação e identidade, reforçando que toda criança tem o direito de se comunicar e ser compreendida. Ela representa a liberdade de criar, sonhar e pertencer a um mundo onde todas as formas de expressão são valorizadas.